PADRE VALCÁCER É ASSASSINADO

10 DE DEZEMBRO DE 1842 – O Padre Maximiano José Valcácer é morto a tiros em Viçosa. Segundo Luís Barros (História de Viçosa do Ceará – 1980 – p. 129), o Padre Valcácer foi assassinado em sua própria residência por José Querino Rocha, a mandado da amásia do Padre Felipe Benicio Mariz. Posteriormente, José Alexandre Teixeira, filho do Padre Mariz, apresenta-se como mandante do crime, do qual restou absolvido. A causa do crime foi a administração dos bens da paróquia, haja vista que o Padre Mariz entrara em processo de alienação mental, razão pela qual o Bispo de Pernambuco nomeou interinamente o Padre Valcácer para se encarregar da administração do patrimônio paroquial, ato que contrariou a família do Padre Mariz. Aureliano Diamantino Silveira, em Ungidos do Senhor, confirma o fato dando-o como decorrente de “questões de terra”, sendo mandante uma viúva inominada. Padre Valcácer antes de ocupar a Paróquia de Viçosa exercera seu ministério como Coadjutor da Paróquia de Lavras da Mangabeira. Vicente Miranda, em Três Séculos de Caminhada, diz que: “Ouviu-se durante muito tempo que a causa desse homicídio estava relacionada com o domínio e a administração do patrimônio de Nossa Senhora da Assunção, sabidamente nas mãos da amásia do padre Mariz. A revolta maior teria sido a ousadia do padre Maximiano em mandar buscar na casa da dita amásia a custódia da igreja que estava em poder dela”.
O Padre Mariz era irmão por parte paterna de João André Teixeira Mendes, que se celebrizou nas lutas contra os Cavalcantes, do Icó. Narra João Brígido que “o sargento-mór João André Teixeira Mendes era chefe de uma antiga família de origem bahiana, criador e negociante de fazendas, homem irascível, violento e loquaz. Sua primeira victima foi Francisco Cavalcante de Albuquerque, negociante meio paralytico, não menos iracundo, criador também, de origem pernambucana, rebento dessa extensíssima família, que teve o seu tronco nos primeiros povoadores de Pernambuco”. Em 1824, sob a presidência do seu irmão, o Padre Mariz fez parte de uma Junta Governativa constituída no Icó.

Um comentário:

  1. João André Teixeira Mendes foi o quarto filho do casal Manoel e Maria Catarina Sebastiana de Arendes nascido no Icó em 07 de março de 1781, sendo batizado em 29 de abril do mesmo ano. Os outros seus irmãos eram Tereza (1777) Ana (1778), Felipe Benício de Mariz (1779) - não menos célebre que o irmão e que seria ordenado padre. Foi nomeado Comandante pela Câmara Municipal "mas permaneceu no desempenho do cargo de comandante geral da vila" do Icó. (Brígido, fls. 322)

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